Espanha

Os dados da Opcsa indicam que a movimentação de um contentor no Porto de Las Palmas é 30% mais cara do que em locais como Algeciras, Valência, Barcelona ou Sines em Portugal. O Opcsa gera entre 1.000 empregos diretos e indiretos e antes da pandemia de Covid19 tinha um volume de negócios de 80 milhões de euros. Em Lomé, os donos da Opcsa colocaram 30 milhões em 2020 e prevêem 500 milhões antes de 2030.


https://puertos928.com/los-duenos-de-opcsa-logran-en-lome-superar-el-1-millon-de-contenedores-en-2021/

E sim…?


Aqui estamos, terminando 2021, com quase 20 meses de uma pandemia atrás de nós. Quem iria nos contar? Esses dois primeiros anos da década nos ensinaram algo: a coisa mais improvável que pode acontecer. Alguém teria assinado em 2019 que iríamos experimentar uma pandemia, um assalto de geeks ao Capitólio, um caos global no tráfego marítimo causado por um navio encalhado no Canal de Suez ou um vulcão que ameaça o Atlântico ...?


Bem, tendo visto o que vimos, teríamos que nos perguntar sobre cenários improváveis ​​e ver se estamos preparados. Na minha mítica "Rosa dos Ventos" de JA Cebrián (rpd) eles tocaram o "E se ...?" Bem ... vamos jogar.


E se… Marrocos invadir Ceuta militarmente? O sistema portuário espanhol poderia viver sem o Estreito de Gibraltar? O tráfego em Algeciras seria altamente comprometido pela mera proximidade do conflito de guerra e o trânsito pelo Estreito seria complicado. A resposta imediata é "para isso existem Valência e Barcelona" ... mas, claro, isso é desprezar o tráfego do Atlântico, porque, lembre-se, o Estreito está comprometido. Colocar-nos-emos nas mãos de Sines? Fortaleceríamos portos como os da Galícia ou de Huelva e Cádiz? Neste momento, iria comprometer-nos muito, para além do que significaria para Ceuta e a soberania espanhola. Talvez já devêssemos pensar na encosta do Atlântico, nem que seja para nos prepararmos. E isso sem considerar que, simultaneamente, radicais islâmicos fecham Suez, isolando o Mediterrâneo.


E se… A Catalunha e o País Basco se tornarem independentes e ficarem fora da UE? Encontraríamos um resto da Espanha isolado da Europa, com uma única fronteira por Aragão abandonada por anos. Ou, ainda, solicitar uma passagem franca por dois países fora da União Européia, exemplo que a Grécia já faz em seu trânsito para a Eslovênia com péssimos resultados. O túnel dos Pirenéus é a única solução.


"Pensar em hipóteses desastrosas negativas é uma análise de risco que deve ser fundamental em nível de país"


E se… o Brexit se expandir e a União Europeia se desmembrar? A Holanda parece um país propenso a deixar a UE, na Polônia já estão soando que serão os próximos. Um desmembramento da UE deixaria-nos com problemas estruturais e com uma moeda que não poderíamos sustentar com a nossa própria economia. Sem falar que temos o fornecimento de eletricidade nas mãos do governo italiano por meio de sua empresa Enel. Um desafio.


E se ... ocorrer um grave desastre natural? Estamos vendo o vulcão La Palma e ouvimos sustos sobre um tsunami baseado em um documentário de alguns anos atrás sobre esse vulcão. A Espanha estaria logisticamente preparada para um desastre que assola um dos portos mais importantes do país? Seria possível reativar a economia nacional se um porto como Valência sofresse um tsunami?


Pensar em hipóteses desastrosas negativas é uma análise de risco que deveria ser fundamental em nível de país. Como afirma Taleb, esses tipos de questões buscam um único propósito: buscar uma sociedade anti-frágil, “robusta aos cisnes negros”. A famosa resiliência. Acreditamos ou é apenas para palestras e apresentações? Parecem hipóteses improváveis, mas alguém teria assinado o que vivemos nestes últimos 18 meses? Melhor estar preparado.


Texto Catalão fui a traduzido para o Português 


MAFRAN MARTINEZ
13 de dezembro de 2021
El Mercantil

Os assuntos sobre da Espanha